JULIO GOLIN

Desenvolvimento Pessoal

por Júlio Golin

A Meditação e Seus Benefícios

“Meditar é dedicar atenção.”
A Meditação mais completa que conhecemos é a dança clássica.
“Meditação Dinâmica é dedicar atenção a um propósito e direcionar a imaginação para ajudar na solução ou na sua transformação. Podemos também usá-la para acelerar nosso Desenvolvimento Pessoal.”

Benefícios


O remédio silencioso

Estudos sérios estão afastando as dúvidas que costumavam pairar sobre a prática da meditação e mostram que ela é extremamente eficaz no tratamento do stress e da insônia, pode diminuir o risco de sofrer ataque cardíaco e até melhorar a reação do organismo aos tratamentos contra o câncer.

A ciência está descobrindo que os benefícios da meditação são muitos e vão além do simples relaxamento. Recentemente a medicina ocidental começou a se dedicar a entender o impacto que meditar provoca em todo o organismo. “E os resultados são impressionantes”, afirma Judson A. Brewer,  professor de psiquiatria da Universidade Yale.

Nos últimos anos, os pesquisadores ocidentais começaram a entender por que afinal, meditar funciona tão bem, e para tantos problemas de saúde diferentes. “Com a ressonância magnética e a tomografia, percebemos que a meditação muda o funcionamento de algumas áreas do cérebro,  e isso influencia o equilíbrio do organismo como um todo”, diz o psicólogo Michael Posner, da Universidade de Oregon.

A meditação não se resume apenas em uma técnica, são várias, diferindo na duração e no método. Essas variações, no entanto, não influenciam no resultado final, pois o efeito produzido no cérebro é parecido.

Não se trata de encarar a meditação como uma panaceia universal, os estudos mostram também que ela tem aplicações bem específicas. Mas, ao contrário de outras terapias alternativas  que carecem de comprovação científica, a meditação ganha cada vez mais respaldo de pesquisas realizadas por grandes instituições.

Os benefícios da meditação

Hoje, os estudos sobre os benefícios da meditação estão concentrados em seis áreas:

Redução do stress

  • Meditar é mais repousante do que dormir. Uma pessoa em estado de Meditação consome seis vezes menos oxigênio do que quando está dormindo.
  • Mas os efeitos para o cérebro vão mais longe: pessoas que meditam todos os dias há mais de dez anos têm uma diminuição na produção de adrenalina e cortisol, hormônios associados a distúrbios como ansiedade, déficit de atenção, hiperatividade e stress.
  • E experimentam um aumento na produção de endorfinas, ligadas à sensação de felicidade. A mudança na produção de hormônios foi observada  por pesquisadores do Davis Center for Mind and Brain da Universidade da Califórnia.
  • Eles analisaram o nível de adrenalina, cortisol e endorfinas antes e depois de um grupo de voluntários meditar. E comprovaram que, quanto mais profundo o estado de relaxamento, menor a produção de hormônios do stress. Este efeito positivo não dura apenas enquanto a pessoa está meditando. Um estudo conduzido pelo Wake Forest Baptist Medical Center, na Carolina do Norte, colocou 15 voluntários para aprender a meditar em quatro aulas de 20 minutos cada. A atividade cerebral foi examinada antes e depois das sessões. Em todos os pesquisados, foi observada uma redução na atividade da amígdala, região do cérebro responsável por regular as emoções. E os níveis de ansiedade caíram 39%. Para quem já está estressado, a meditação funciona como um remédio. Foi o que os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos descobriram ao analisar 28 enfermeiras do hospital da Universidade do Novo México, 22 delas com sintomas de stress pós-traumático. A metade que realizou duas sessões por semana de alongamento e meditação viram os níveis de cortisol baixar 67%. A outra metade continuou com os mesmos níveis.

Melhoria do sistema cardiovascular

  • A Universidade de Ciências da Saúde da Geórgia conseguiu melhorar a sobrecarga cardíaca de 31 adolescentes americanos hipertensos. Os jovens apenas acrescentaram um hábito a suas rotinas: meditar duas vezes por dia , durante 15 minutos, ao longo de quatro meses. Outros 31 receberam orientações médicas, mas não meditaram. A primeira metade terminou o período de testes com a massa do ventrículo esquerdo menor – sinal de redução dos riscos de desenvolver doenças cardíacas e vasculares. Outro levantamento, este da Universidade da Califórnia em Los Angeles, mediu o acúmulo de gordura nas artérias de 30 pessoas com pressão alta. Depois de meditar 20 minutos, duas vezes por dia, ao longo de sete meses, a quantidade de gordura estava menor, enquanto que ela não havia sido alterada no grupo de controle.
  • Meditar também é útil para reduzir em 47% as chances de ataque cardíaco e infarto em adultos. Foi o que concluiu a Associação Americana do Coração, depois de acompanhar um grupo de pacientes de 59 anos de idade, em média, ao longo de nove anos,de 2000 a 2009. Todos continuaram percebendo a medicação necessária, mas a metade foi convidada a participar de sessões de meditação sem regularidade definida. Neste grupo, a pressão arterial caiu significativamente. “Foi como se a meditação funcionasse como um medicamento totalmente novo e muito eficiente para prevenir doenças cardíacas”, afirma o fisiologista americano Robert Schneider, diretor do Center for Natural Medicine and Prevention e responsável pelo estudo.
  • A meditação não se resume a apenas em uma técnica, são várias, diferindo na forma e conteúdo, mas produzem os mesmos benefícios.
  • Insônia e distúrbios mentais*
  • Técnicas de relaxamento profundo, colocadas em prática durante o dia, podem melhorar a quantidade e a qualidade do sono. É o que aponta um estudo de 2008, do Northwestern Memorial Hospital, de Illinois. Cinco pessoas, com 25 a 45 anos e sofrendo de insônia crônica, foram submetidas a meditação durante dois meses. Passaram a dormir duas horas a mais por dia e alcançaram níveis REM normais. Para quem já está estressado, a meditação funciona como um remédio. Em muitos casos, para a insônia é sintoma de depressão. A meditação também funciona para atacar a causa. A Universidade da Califórnia conseguiu reduzir os casos de depressão entre 20 idosos com um simples programa de oito semanas de relaxamento, meia hora por dia. “No limite, meditar atrasa o aparecimento de sintomas do Alzheimer. A depressão na terceira idade é um fator de risco para o desenvolvimento desta doença”, afirma o psiquiatra Michael Irwin, professor do Semel Institute for Neuroscience and Human Behavior. O psicólogo Michael Posner e o neurocientista e professor da Universidade de Tecnologia do Texas Yi-Yuan Tang mediram a densidade dos axônios de pessoas que começaram a meditar. Quanto mais densos, maior a capacidade de realizar conexões cerebrais e menores os riscos de sofrer distúrbios mentais, de depressão e esquizofrenia. “A quantidade de conexões cerebrais está diretamente relacionada à saúde mental. Neste sentido, podemos dizer que a meditação é um exercício para a mente, excelente para deixá-la   mais ‘musculosa’ e prevenir doenças”, afirma o professor Posner.

Alívio da dor

  • Quem tem a meditação como hábito sente menos dor. O pesquisador Joshua Grant, do Departamento de Fisiologia da Universidade de Montreal comprovou esta hipótese encostando placas aquecidas nas nucas de 26 pessoas, 13 delas sem contato com a técnica e outras 13 com mais de 1000 horas de experiência em meditação. A placa era aquecida a 46 graus, depois 47, e assim sucessivamente, até 56. Todos os meditadores suportaram temperaturas acima dos 52 graus. Nenhuma das pessoas inexperientes aguentou mais do que 50 graus. Na medida, o grupo que medita respirou 12 vezes por minuto. O outro respirou 15 vezes, um indício de stress maior. ”As pessoas que meditam precisam menos de analgésicos. Elas sofrem menos pela antecipação da dor”, diz Grant, que, no cruzamento de dados, concluiu que o hábito de meditar provocou uma resistência à dor 18% maior. De acordo com um grupo de neurocientistas  do Center for Investigating Healthy Minds da Universidade de Wisconsin – Madison, a resistência de quem medita é maior em situações em que o stress influencia diretamente no nível de dor – caso de artrite e inflamações intestinais.

Reforço do sistema imunológico

  • O sistema imunológico também é favorecido… O aumento da atividade cerebral relacionada a pensamentos positivos tem influência direta na maior produção de anticorpos. A meditação também intensifica a ação da enzima telomerase, diz Judson A. Brewer, de Yale. As implicações desta descoberta são fundamentais para o tratamento de tumores malignos. A Associação Americana de Urologia já declarou que a meditação é recomendada para ajudar a conter o câncer de próstata. Também ajuda a lidar com o câncer de mama. Um grupo de 130 mulheres com a doença, todas com mais de 55 anos, aceitaram participar de um teste que reforça esta teoria. Ao longo de dois anos, elas foram divididas em dois grupos, um deles fazendo meditação. A situação foi monitorada pelos médicos do Saint Joseph Hospital, em Chicago. A conclusão foi: “A metade que meditou teve maior resistência para lidar com as dores provocadas pela quimioterapia e experimentou uma reação física melhor à doença.”

Melhoria na concentração

  • Na escola estadual Bernardo Valadares de Vasconsellos, em Sete Lagoas(MG), os 1.400 alunos fazem todos os dias, o Tempo de Silêncio. Quem desejar pode aproveitar os 15 minutos para meditar. Quem não quiser, pode apenas  descansar. A iniciativa foi inspirada pela Fundação David Lynch, que já orientou a criação de programas de meditação na escola estadual Presidente Roosevelt, em São Paulo, e na escola estadual Helio Pelegrino, no Rio de Janeiro. “Estimamos que 20% dos estudantes continuam meditando por conta própria”. Diz, Joan Roura, diretor da fundação no Brasil. A conclusão foi: “Alunos que meditam são mais tranquilos, mais focados e tem maior capacidade de apreender.” A prática rendeu melhores notas: entre 235 crianças de colégios de Connecticut que começaram a meditar, representou um aumento de 15% nas avaliações das provas. As áreas do cérebro responsáveis pela memória e pela atenção chegam a ficar mais densas quando se medita. Foi a conclusão a que chegaram pesquisadores de Harvard, Yale e MIT, municiados por scanners de cérebro. Pessoas que mediram com frequência ao longo de vários anos também demoram  mais para sofrer a redução destas áreas, em especial o córtex frontal.